sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Ubuntu: A banda podre do Linux

dori_ubuntu_250708_2Li no site GuiadoHardware uma matéria que inicialmente tratava sobre o ciclo de atualização e lançamento de novas versões do Fedora Linux, mas a cada linha ficava perplexo ao assimilar o prejuízo que o Ubuntu vem dando as outras distribuições. Mas esse prejuízo não é financeiro somente, também é um prejuízo intelectual, já que a distribuição apenas colhe as tecnologias das outras, lança primeiro e ganha a fama. Ubuntu (Canonical) é um grande sangue-suga do mundo Linux. Eu não uso por não achar uma boa distribuição e também não recomendo pra ninguém.

Segue a matéria:

Fedora release cycles: longer or shorter?
Autor original: Jonathan Corbet
Publicado originalmente no:
lwn.net
Tradução: Roberto Bechtlufft
Data original: 12/11/2008
Disponibilizado para tradução: 20/11/2008

O lançamento do Fedora 10 esteve previsto para 25 de novembro, um pouco mais tarde do que havia sido planejado originalmente. É fato que atrasos em lançamentos do Fedora não são novidade, mesmo quando o projeto não está lidando com sérias avarias em sua infra-estrutura fundamental (diga-se de passagem, essa história ainda não foi totalmente esclarecida). Parece que a espera pelo Fedora 10 valeu a pena, mas o projeto não esperou pelo lançamento para começar a pensar no ciclo de lançamentos de futuras versões. Alguns debates sobre o assunto nos permitiram ter breves vislumbres da pressão sentida pela liderança do Fedora.



Uma recente análise em vídeo do Fedora 10 foi vista pelo projeto como algo não muito favorável:






Mas a maior queixa expressada pelo projeto é outra: trata-se do crédito dado ao trabalho realizado por desenvolvedores do Fedora. Como disse o líder do Fedora, Paul Frields:



    Outro ponto que me deixou perplexo foi o apresentador indicar que o Fedora tinha muitos dos recursos presentes no Ubuntu 8.10. Isso de fato procede, mas o fato é que muitos desses recursos foram criados por contribuidores do Fedora, dentro e fora da Red Hat. É bom nós enfatizarmos isso.

As discussões subseqüentes indicam que um vasto número de desenvolvedores do Fedora tem a sensação de que outras distribuições, especialmente o Ubuntu, estão levando a fama pelas melhorias que são desenvolvidas pelo Fedora. Não é a primeira vez que esse tipo de preocupação surge; dizem que a Novell desenvolveu o XGL a portas fechadas para que o Ubuntu não fosse o primeiro a utilizá-lo. O Fedora não parece estar considerando a hipótese de fechar o desenvolvimento ao público, o que seria contrário à natureza aberta do projeto, mas há outras alternativas sendo discutidas.


O projeto Fedora, mais do que tudo, quer que o mundo saiba do trabalho que seus desenvolvedores estão tendo. Iniciativas como a lista de recursos de cada versão ajudam a difundir as informações antes do lançamento da versão oficial. Também se discute uma divulgação mais agressiva em blogs, sites de notícias etc. O projeto até postou uma proposta de calendário de marketing para ajudar a garantir que as atividades de marketing adequadas aconteçam nos momentos certos do ciclo de lançamento.


O antigo líder do Fedora, Max Spevack, fez uma sugestão diferente:



    Se os recursos e o lançamento deles antes das outras distros são um problema devido à nossa posição no calendário em relação ao lançamento do Ubuntu, o que dá a eles a chance de lançarem uma nova versão primeiro e receber boa parte do crédito pelos novos recursos enquanto a crítica e a imprensa não compreendem onde o trabalho upstream é realizado (no Fedora, por exemplo), então o marketing do Fedora deveria pedir ao comitê do Fedora que alterasse um pouco as datas de lançamento de maio e de novembro para que o ciclo do Fedora se encerrasse antes do ciclo do Ubuntu.

Essa proposta evoca a visão de distribuidores correndo para ver quem lança sua distro primeiro, levando a ciclos de lançamento ainda menos e a uma correspondente queda na qualidade das versões. É difícil de imaginar que ser o primeiro confira uma vantagem de marketing tão grande; deve haver uma alternativa melhor.


Não parece que o Fedora vá trilhar esse caminho para um contra-ataque tão cedo. Na verdade, se o calendário proposto para o lançamento do Fedora 11 for aprovado, vai acontecer exatamente o contrário. No passado, o Fedora respondeu a um lançamento atrasado com um ciclo de lançamento subseqüente reduzido para acertar o calendário. No Fedora 11, pelo visto, isso não vai acontecer; o projeto não tentará lançar a nova versão no mês de maio.


O motivo para que o ciclo do Fedora 11 não seja reduzido é o seguinte:



    O Fedora 11 vai ser extremamente importante para o Red Hat Enterprise Linux (também conhecido como RHEL). O plano para o RHEL 6 é ter como base para novas tecnologias e recursos as versões 10 e 11 do Fedora. Isso inclui boa parte do trabalho que está sendo realizado no upstream, e que deve se concretizar nesses dois lançamentos.

Reduzir o ciclo do Fedora 11 tornaria mais difícil encaixar todas as alterações planejadas para o RHEL6. Isso é um problema para a Red Hat, e como a Red Hat praticamente banca a existência do Fedora, os problemas da Red Hat são problemas do Fedora. Além disso, parece que vários engenheiros do núcleo da Red Hat vão trabalhar no Fedora durante o próximo ciclo para ajudar a aprontar os recursos que devem ser incluídos no RHEL-6. Se o próximo ciclo for menor, o Fedora terá menos atenção desses desenvolvedores. O Fedora prefere evitar isso e tirar proveito dos engenheiros do RHEL enquanto pode.


Por isso, a proposta é manter o ciclo de seis meses para o Fedora 11 e lançá-lo no início de junho. O ciclo do Fedora 12, no entanto, será encurtado para que o calendário do projeto se acerte. Espera-se que o anúncio antecipado facilite os planos para esse ciclo reduzido; Jesse Keating também sugere que o projeto "se foque mais em aperfeiçoamentos do que em grandes recursos arrebatadores no Fedora 12". Os mais cínicos de nós podem concluir que o Fedora 11 vai ser entupido de recursos novíssimos que a equipe do RHEL deseja avaliar, e que o Fedora 12 será a versão em que essas novidades todas estarão realmente estáveis. Mas eu não seria cínico a esse ponto, imaginem...


As primeiras reações ao calendário proposto foram quase totalmente positivas, e parece que as coisas vão mesmo tomar esse rumo. Alguns desenvolvedores do Fedora podem achar que lançar uma versão após o Ubuntu põe suas relações públicas em desvantagem, mas há outras preocupações tidas como mais importantes. Como essas "outras preocupações" podem ser encaradas como "aproveitar o tempo disponível para focar no trabalho de desenvolver novos recursos para a próxima versão estável", fica difícil argumentar contra elas.



Créditos a Jonathan Corbet - lwn.net
Tradução por Roberto Bechtlufft <roberto at bechtranslations.com>

3 comentários:

  1. Putz, realmente não acho que essas briguinhas levem a nada no mundo do software livre.
    Independentemente de quem lança o que primeiro, quem usa Ubuntu não vai pro Fedora e quem usa Fedora não vai pro Ubuntu.
    Enquanto isso o pessoal da M$ dá risada dessas intriguinhas...

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  2. Juliano, bruiguinha boba não! "Pirataria intelectual", e marketing atrai investidores! o Ubuntu não inova e é tido pelos tolos, digo, críticos como a mais inovadora das distros! Viva a REDHAT "única" empresa a ganhar dinheiro com o Linux!

    E quanto a M$ que riam!

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  3. Software Livre não é o mesmo que Código Aberto primeiramente. Posso muito bem fazer um software livre sem o código aberto.
    Para mim a Mandriva tem errado muito, e o Ubuntu tem acertado em alguns pontos o que tem levado ao grande crescimento da distro. Não sei até que ponto o Ubuntu irá crescer, mas o certo é que ele também não dominará o mercado de desktops. Vejo o Ubuntu como líder das distros desktop onde todos consideram como um mercado morto. Já em servidores, fica atrás de várias distros como a Red Hat, Suse e a própria Mandriva mesmo com os diversos acordos. Já disse outras vezes e torno a dizer, se o Ubuntu não mudar sua política quanto aos servidores e ambientes corporativos não irá crescer. Há muita especulação de que a Microsoft tem planos contra ela mas tudo infundado. Hoje, real e comprovado, a Microsoft ataca duas empresas de Linux: Red Hat nos servidores para defender o Windos Server e a Mandriva para segurar o Windows XP nos notebooks educacionais. Fora disso é mentira!!! Nunca vi algum ataque oficial da Microsoft contra o Ubuntu como fizeram e fazem contra a Red Hat e Mandriva.
    Então, Ubuntu não causa medo na Microsoft porque sabe que o potencial deles é em ambientes desktop que é um mercado estável para o Windows e duvido que nos próximos 10 anos o Linux venha a ter mais de 10% do mercado.
    Essa é a minha opnião!

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